O número de jovens com idade entre 15 e 17 anos que abandonaram os estudos aumentou em 2013. São 1,6 milhão de jovens fora das salas de aula sem ter concluído o ensino médio, o que representa 15,7% do total dos jovens dessa faixa etária. No ano retrasado, esse porcentual era de 15,2%, maior do que o do ano anterior. Esse indicador está estagnado desde 2008.
Os dados foram levantados pelo Movimento Todos Pela Educação (TPE) a partir das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013.
Pouco mais da metade dos jovens brasileiros – 54,3% – conseguiram concluir o ensino médio até 19 anos em 2013. O índice mostra uma pequena melhora em relação ao ano anterior (53%), mas a tendência é de estagnação. No ensino fundamental, a taxa de conclusão na idade adequada, até 16 anos, foi de 71,7%. Em 2012, era de 69,4%.
Os resultados indicam que as metas desenhadas pelo Todos Pela Educação para 2013 não foram alcançadas nem no ensino fundamental, em que se esperava 84% de conclusão, nem no médio, estipulada em 63,7%.
Os índices calculados pelo TPE são metas intermediárias de um objetivo final que estipula que todos os jovens de 19 anos tenha concluído o ensino médio até 2022. Para a coordenadora geral do movimento, Alejandra Meraz Velasco, os dados mostram uma estagnação da educação básica, refletida no ensino médio. “O indicador de conclusão é o produto de todo sistema. As crianças estão tendo mais acesso à educação, mas isso não têm significado que consigam ir até o fim”.
Alejandra cita o problema da falta de atratividade do ensino médio para o jovem como um dos motivos do mau resultado, mas ressalta que só combater isso não basta. “Os anos iniciais e o ensino médio têm tido atenção, com o pacto pela alfabetização e com os debates para reformulação do médio que estão em curso. Os anos finais do fundamental é que estão em um limbo”.
O Plano Nacional de Educação estipula que, em dez anos, a taxa líquida de matrículas no ensino médio seja de 85%.
O porcentual de jovens entre 15 e 17 anos ainda no fundamental diminuiu, passando de 23,6% para 19,6% – refletindo melhora no fluxo do fundamental, mesmo que em ritmo lento. A variação também foi positiva no grupo que, com essa idade, já concluiu o médio, está na faculdade ou no curso pré-vestibular.
(Fonte: Agência Estado)